Tuesday, December 27, 2005

Sereníssima


Felicidade.
É o que permeia minha mente, meus momentos e pensamentos.
Parece um campo, como uma aura estendida, ao meu redor.
É o que o famigerado fim de ano faz comigo.
Sempre.
E eu gosto.


"Ela pensa em casamento
e eu nunca mais fui à escola.
(...)
Eu tomo uma coca-cola
e ela pensa em casamento!"


(Pra quem pensou que teria algo mais profundo, sinto se não vê a profundidade nas coisas mais vãs e humanas - ou quem sabe essenciais e quase que divinas. Divinamente humanas. Essencialmente vãs. E assim por diante. )

Tuesday, December 06, 2005

Maria Rita, 'juízo e Carnaval'


"Pronto
Agora que voltou tudo ao normal
Talvez você consiga ser menos rei
e um pouco mais real"

Foi assim que começou, e eu sentia meu coração acelerar.
A cada nota mais escancarada eu arrepiei.

Meus olhos marejavam quando ela dizia que queria ver o pai. E quando pedia pros olhos da morena bonita esperarem, que ela estava chegando já. (E eu acredito que estava, mesmo).
Gostou (e gostei) da ciranda que fizeram, pro mal virar pro bem e pro não virar pro sim.

Meus pés passaram a ter vida própria, principalmente quando ela dizia pr'eu abrir meus armários, que ela estava a me esperar e que queria fazer da nossa voz uma só nota.
Mas ficaram mais independentes ainda quando ela se descabelava, indagando se tinha sido só amor ou medo de ficar sozinho outra vez. Eu também bradava dizendo que a chuva já tinha passado, e eu mesma tinha cuidado de secar.

Disse que era de canto que iria chegar. Mas ela já tinha chegado (de canto, com canto, no canto, é verdade, mas já tinha, oras!). E nem precisou cantar seu encanto pra me encantar; eu me encantei com tudo e com qualquer coisa sobre ela.

Foi embora. Mas depois voltou pra rir de alguém que não era de nada e vivia de cara amarrada, e perguntar onde é que estava o amor dela.
Foi de vez.

É que a noite chegara fazendo frio.

(E ainda bem que não me deixaram sentada na poltrona no domingo seguinte.)

Friday, November 25, 2005

... e se eu dissesse que sim, que sempre fora você, você voltava e me segurava e me abraçava e me protegia? e a gente agora era feliz e agora tinha um gato e um cachorro e um papagaio mas o papagaio tinha vergonha de falar na nossa frente, mas repetia tudo pra quem quisesse ouvir e aí o gato comeu o peixe do vizinho e agora a gente era bandido mas nada estava totalmente perdido, a gente só tinha que fechar os olhos e fazer um pedido praquela estrela que brilhava forte no céu, e agora a gente era juntos um só, mas eu cansei e agora a estrela trouxe a gente de volta pro que a gente nunca fora, e agora não tinha mais bandido, apesar de nunca ter tido, mas também não tinha mais o mocinho nem a noiva do caubói, e tudo ficou cinza demais, e apesar de cinza ser a sua cor favorita eu precisava de um pouco de lilás e azul e agora a gente tinha ido morar com os smurfs, mas eles expulsaram a gente e agora a gente num tem pra onde ir, e a estrela aparece de novo e de novo a gente faz um pedido, pensado e que no fundo era reprimido, e você que pede pra eu te abraçar, dizendo que meninos não choram,e eu digo que eles choram, e oram, e você fica em silêncio olhando com aqueles olhos azuis pras estrelas refletindo o mar refletido nelas, e agora o sol nasceu e a gente morreu pra nascer com ele, e assim a gente era agora a gente juntos de novo, e a vida deu um nó mas a gente segurou as pontas.

[it has always been you]

Revendo conceitos

Nem isso, nem aquilo,
Cecília.
Que hoje é tudo-ao-mesmo-tempo-agora.

Saturday, September 24, 2005

Agradecimento à Internet

Uma das pessoas
mais interessantes,
que melhor me conhece
que eu gosto muito (muito mesmo)
conheci pela internet.

Há males que vêm pra bem.

Sunday, August 07, 2005

Manuel Bandeira

Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare


— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Woody Allen

"Trabalho é uma ilusão de que a existência tem algum propósito. Sexo é a ilusão de continuedade".

('Igual a Tudo na Vida')

Wednesday, July 27, 2005

coisas bonitas

Hoje não tem coisa minha aqui, diretamente. Coisas bonitas pra vocês:

Metade
Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço,
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente
Complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a plateia e a outra metade, a canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.

********************************

Chão de Giz
Zé Ramalho


Eu desço dessa solidão, espalho (ou disparo?) coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas de jornais de folhas amiúde

Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes

Disparo balas de canhão, é inútil pois existe um grão vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar quem sabe uma camisa de força ou de vênus

Mas não vão gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom

Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de 'boy', "that's over, baby" , Freud explica

Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom

Quanto ao pano dos confetes já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo é assunto popular.

No mais, estou indo embora...

Tuesday, July 12, 2005

(é)pico

era uma vez uma menininha
que gostava de perguntar.

ela tinha um cachorro,
um gato,
um periquito
e uma tartaruga.

mal sabia ela
que apenas perguntava
pra não ter que procurar respostas.

(na verdade ela sabia
os outros é que não sabiam
e procurvam respostas)

e ela fazia os outros
remexerem
cutucarem
re-remexerem
tudo o que haviam
sentido
pensado
vivido
escutado.

Quando a menininha cresceu
não se arrependeu de ter feito perguntas.

Quando ela cresceu mais
também não.

Quando ela cresceu mais e mais
também não.

(A menininha se arrependera por outra coisa
mas não conte pra ela).

de férias

Nas férias tanta coisa passa pela cabeça da gente...
Tenho escrivinhado mais 'à luz de lampião num caderninho amarrotado', como disse uma menina demais que eu reencontrei depois de umas tantas voltas que a vida nos fez dar!
Falar aqui sobre o quê? A peça de teatro de sexta-feira? O meu aniversário no mesmo dia? A sensação de fazer aniversário no dia que se apresenta uma peça de teatro?!
Essa sensação é algo muito difícil de ser explicado, pra mim...
Talvez seja como quando uma criança americana vê a neve no Natal, ou quando aquele mau aluno fica sabendo que passou de ano raspando. Ou ainda quando a sua vó deixa o hospital, ou quando ela finalmente se vai...
Talvez, talvez.
É mágica a sensação de estar no palco.
É absurda a felicidade e a paz que eu sinto depois.
Viu? Acabou o que eu poderia dizer.
Só isso acho que não é digno de um post.
Então tá.

Saturday, June 04, 2005

Paixão, individualismo e massificação


Li hoje uma entrevista na Folha da Rosa Montero (assim mesmo, sem o "i"). Ela afirmou justamente isso: "A paixão amorosa sempre esteve unida a uma alta consciência de individualidade". Disse que a gente só sofre por paixão, não por amor. Tudo bem que a paixão é o tipo de amor (eros) ao extreeeemo... Mas não é o amor cotidiano, de respeito, de gostar e admirar. - mas, hunf, isso até eu já tinha descoberto.
Disse também que nas sociedades do Oriente é menos comum se sofrer por paixão, já que lá tudo é mais "coletivo" e não se influencia nem se prega o conceito de individualidade.
Por quê eu tô dizendo tudo isso? Nem sei direito, talvez pra ter o que escrever aqui....
Mas tenho algo a dizer: quantas vezes você não viu um casal trocando juras de "amor" - publicamente, por fotolog, whatever - em meio a beijos ardentes, num "teamoteamoteamo", na maioria das vezes numa das primeiras "ficadas"? É óbvio que isso não é amor. Não é preciso ser pesquisadora pra se concluir isso; basta viver nesse mundo adolescente.
E é isso que me irrita hoje em dia: a banalização do "eu te amo". Hoje, as pessoas dizem "eu te amo" depois de uma mês (e olhe lá!) de "ficadas". E, no outro mês, já está fazendo o mesmo discurso pra outra pessoa... E se o garoto (ou garota) acha que o que ele(a) sente naquele momento é amor, como ele vai saber o que é relamente o amor? Como ele vai procurá-lo? Pra ele, aquilo ali é o máximo de sentimento que se pode ter por outra pessoa, e fim. E assim serão criados adultos vazios de sentimento e com complexo de "Peter Pan", achando que têm muita experiência de vida quando, na verdade, por viver na sociedade altamente "liberal", pensa que o amor se resume ao tesão. Longe de mim ser uma adolescente moralista (né Li? ^^), mas acho que esse é o lado negativo de hoje em dia não existirem limites. É tão fácil alcançar o prazer sexual/físico com quem quer que seja, que muitos acabam esquecendo que existe algo mais, pra colocar em poucas palavras. Longe mim, também, generalizar. Talvez mais tarde descubram, por relatos de exceções, que aquilo não era amor e que existe muito mais. Mas aí terão medo de se aventurar nesse caminho - ou não, espero que não, mas não sei porque tendo a crer que sim.
E o que será dos filhos dos filhos dos filhos de nossos filhos?

Lembrei do que eu ia escrever ontem!

Não aguento mais tanta injustiça no macro e no micromundos em que vivo. Não aguento mesmo. O Brasil é hipócrita, é sujo. (Ver post em www.fotolog.net/tutifrutti, que resume o que eu queria dizer.) E as sociedades que existem dentro dessa sociedade, também. Principalmente a escola, onde querem que sejamos ovelhinhas amestradas para passar no vestibular. Eu quero, eu preciso passar no vestibular. Mas o preço a ser pago por isso é alto - literalmente. Nos ensinam tudo quadradinho, até a fazer redações, por exemplo. Fórmulas para se fazer uma dissertação...! Meu Deus! Isso me lembrou um verso de uma música da Legião: "Nos querem todos iguais/ Assim é bem mais fácil nos controlar/ e mentir, mentir, mentir/ e matar, matar, matar/ o que eu tenho de melhor:/ minha esperança". Mas por quê quereriam eles matar nossas esperanças? Aliás, que esperanças...? A de que o Brasil é o país do futuro?

¬¬

Wednesday, May 04, 2005

Brilho intenso, um desejo, um afogamento, um beijo

Já escrevi que penso que as coisas grandes do mundo aconteceram e acontecem por amor (tá, tirando as que não aconteceram por mal-entendidos.) Amor à arte, à mãe, ao parceiro, ao poder. Amor ao dinheiro, à fama, à destruição, ao menor abandonado. Amor a Deus. Amor à vida.

Eros, que nós comumente chamamos de Amor mas os gregos queriam dizer Desejo, é filho da Pobreza e da Riqueza. E se apaixona pela Alma (Psiqué), cujas irmãs eram a Angústia e a Tristeza.

Quem é que nunca sofreu por amor? E essa expressão, "sofrer por amor", é tão errada... Porque o amor é um sentimento bom, não deveria - em tese - fazer com que a gente sofra. Mas é claro que nós não aprendemos direitinho com os Deuses (ou eles são sempre sacanas com a gente, mesmo, e ensinam tudo pela metade e ficam lá se embebedando de néctar e rindo das nossas caras) a como usar esse troço esquisito. E aí a gente sofre. Tá, eu quero ver quando que você vai assumir que você realmente ama não quem te faz falta, no início, mas quem você já tem. Quero ver então o meu amor não ser egoísmo, e encontrar alguém que eu ame tanto que eu possa deixar ir pra fazer a felicidade dele -só dele... Balela. Humanos são egoístas por natureza. (Ou a maioria deles). E quem não é morre cedo.


Tá então, se você discorda, me ensina.



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"Os Amantes" - Renée Magritte.


Lindo, né? Quer saber... Tá tudo dentro de você. Só que você não acredita. Nem eu.


[I figured it out.. Ok, well, not me. Thanx, Morone and trixie ;] ]

Ao som de: Mais do Mesmo - Legião Urbana

Não era isso que você queria ouvir?

Álvaro de Campos e Guimarães Rosa


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Não. Não quero nada.
































Já disse que não quero nada!







[nada    m a i s ]













E se alguém fosse traduzir Guimarães Rosa pro inglês? Como ficaria amormeuzinho?





[Figuring out a way to insert pics in here. See ya, lovesoflittleme o.O ]

Sunday, April 24, 2005

A única maneira ainda de imaginar a minha vida é vê-la como um musical dos anos 30.

[bloqueio criativo e falta de tempo]

Monday, April 18, 2005

hodiernamente

Às vezes tudo é sempre tão errado. Às vezes nada é o que parece ser.

Meu bloqueio criativo está pior do que eu pensava.

Só consigo me lembrar de que a ligação dupla entre dois carbonos tem maior propensão a se quebrar do que outras ligações. E que Drummond trabalhou para o governo dos militares. Luis da Silva tinha aficções por objetos que podiam ser enrolados no percoço porque ele matou Julião Tavares no final do livro, que é o início. 30 linhas. Não pude escrever mais do que 30 linhas. Defender algo sério, que exige mais habilidade, explicações e espaço, em apenas30 linhas. Geisel promoveu uma abertura lenta e gradual. Mas os hidrogênios vão sempre para o Carbono que já tem mais hidrogênios.

Escrevi 36 linhas. Mas devia ter ultrapassado o limite mais violentamente.

[à sombra do mundo errado]

Saturday, April 09, 2005

CPF

Eu agora virei gente.
tecnica
mente.

Friday, February 18, 2005

Água quente + água fria + pozinho= gelatina.

Amo gelatina. Principalmente de uva. Engraçado que não gosto de uva, mas gosto de suco, picolé e gelatina de uva.
Quero poder correr livre pelas montanhas cobertas de neve. Me transformar e me sentir outra como a gelatina que vira água colorida fora da geladeira.
Será que dói?
Por que sempre escrevo sobre o que quero? Porque o que já tenho perdeu o mistério. E as coisas da vida, as coisas mais belas de vida, têm um quê de mistério. Talvez por isso eu fique tão brava quando um casal, um casal de namorados, diz: "quero te ter pra sempre" ou "ela é minha garota" ou derivados. porque não se pode ter a alguém, porque o ser humano sempre tem seus mistérios. Nunca uma pessoa chegará a tal ponto de saber tudo sobre a outra. O mistério do ser humano é infinito. Então não se pode ter uma pessoa. É tudo tão paradoxal... E eu amo paradoxos. Aliás, paradoxo do dia: tem coisas que a gente quer que dure pra sempre. mas nada dura para sempre com exceção do próprio tempo.
Talvez por isso é que não gosto de ver sangue de machucado recém-feito (por causa do mistério...). Só gosto de ver machucado com casquinha. E, ainda assim, não é um prazer, mas pelo menos não tenho aflição em vê-los. E me divirto com a agonia das pessoas, querendo tirar a casquinha. E, quando tiram, sangra de novo e ningu´m quer ver. mas aí eu quero.
Algum dia alguém pode me perguntar o que eu quis dizer com isso. E eu posso responder o que eu quiser. A verdade ou inventar. E será que vou lembrar o que eu quis dizer? Já agora não lembro. acabou o instante-já em que tive o pensamento e agora outras coisas me consomem. Não entendo porque não consigo parar de digitar. Em cada momento a verdade será uma.
É por isso, entre outras razões, que gosto de escrever (às vezes não gosto, mas algo maior que eu me obriga) : a verdade é o que eu quiser que ela sseja.
E quero agora que a verdade seja a gota de orvalho da pétala rosa da flor artificial tentando cair. - porque metade dela quer cair e a outra metade, não.

(E o miolo negro - que disseram ser desvalorizado (erroneamente) - da flor da paixão.)

Wednesday, February 16, 2005

Nessa terra de gigantes... - reprise

Incrível como a vida de todos é igualmente banal.

Todo mundo vai pra praia nas férias.
Todo mundo, no fundo, gosta de ficar no carro ouvindo música enquanto pega a estrada. E todo mundo planeja sair cedinho pra não pegar trânsito e nunca consegue, porque a culpa é sempre do irmão mais novo que acaba atrasando o resto da família.
Todo mundo adora aquela sensação gostosa de liberdade, de vida, que a gente sente quando vê o mar do alto da serra. E todo mundo fica feliz quando chega na praia num baita dia de sol (e fica p*** da vida quando chega junto com uma chuvinha.)
Todo mundo vai à farmácia pelo menos uma vez na cidade de praia. Seja pra comprar repelente (sempre tem alguém alérgico – ou fresco, mesmo), absorvente (sempre uma das mulheres fica menstruada), Cataflan (sempre tem alguém – geralmente o irmão mais novo - que fica com dor de ouvido), pomada pra queimadura (sempre tem – e sempre tem mais de um! – irresponsável que fica no sol sem se cuidar) ou antialérgico ( o bendito alérgico de novo...!). E todo mundo pensa: “essas coisas só acontecem comigo!!”.
Todo mundo fica com nojo do sabonete que sempre fica cheio de areia depois de uns 4 dias compartilhando o banheiro entre meia dúzia de pessoas.
Todo mundo vai passear na feirinha.
Todo mundo fica de saco cheio da praia num determinado ponto da viagem e quer voltar pra casa. E, quando volta, quer re-voltar pra praia.
Todo mundo pára naqueles postos de estrada pra comer um pão-de-queijo (e o posto ta lotado porque, novamente, todo mundo planejou sair cedo e ninguém conseguiu – é, a culpa é daquele irmão...).
Todo mundo fica feliz quando volta pra casa, porque todo mundo concorda: não há nada melhor do que a sua própria cama...!
Todo mundo volta pra casa e reclama de ter de acordar cedo quando as aulas começam. E o assunto entre todas as panelinhas será o mesmo: a praia. (E suas variações, como o garoto que está mais sarado porque se exercitou na praia ou a menina que era linda e tá um horror porque tá toda descascando).
Ah, claro, todo mundo descasca.

É, a vida de todos é igualmente maravilhosa. E todo mundo vai pra praia nas férias de verão.
(Até a bailarina - por incrível que pareça).

Thursday, February 10, 2005

Ano novo, blog novo! - reprise

Tive um problema técnico com o www.divagaresempre.blogspot.com , então vou respostar os dois posts que havia postado lá pra depois (tentar) seguir viagem com esse aqui.
Eis o primeiro.

Ano novo, vida nova, pensamentos novos, idéias novas, mundo novo, rostos novos, corpo novo, visão nova, roupa nova, amores novos, amigos novos, sentimentos novos, pessoas novas, listas novas, promessas novas, lágrimas novas, escola nova, casa nova, hábitos novos.
Então é isso?
Não.

Blog novo mesmo, isso sim.


(Ainda bem)



(... ou não)