Sunday, March 30, 2008

Círculos, espirais, amargor e doçura

Um desconhecido parou bem em frente a mim, na madrugada, me estendendo a mão. Eu não soube o que fazer. O que são contatos físicos, hoje, na brasilidade? Entre quem beijos, abraços e apertos de mão são passíveis de aceitação, inofensivos e quiçá desejados?
E pontapés, aforismos, ofensas, injúrias, calúnias, fobias?
Notar os apesares de: a gente gira na mesma órbita e não se comunica. Se não gira, sequer se encontra. Os desencontros anulam o amargor, mas não trazem a doçura do compartilhar.
É uma questão de flutuar, oscilar e saber apaziguar. Quase esperar.

1 comment:

Gustavo Barcamor said...

De vez em quando encontro uma senhora minha quase vizinha, bem velhinha, na rua.

Ela anda muito devagar e eu a acompanho assim. É incrível descobrir a beleza de andar devagar... É como se cada metro se tornasse a meta.

Seu texto me lembrou isso...

Beijos (-: