Tuesday, November 17, 2009

vernal

brindo cada copo de cerveja, água ou café. brindo e olho nos olhos, mas nem desanimo se não há encontro.
levanto os ombros quando tímida, ensaio um olhar de esgueio, sorriso de canto da boca e a mão entre os cabelos e o pescoço, algo provocante enquanto noto e digo ou não digo? da beleza do céu de manhã cedo, bruma leve e carinho na pele. me enrolo em termos antigos, busco outros músculos e vernáculos.
já é noite quando cedo ao fantástico da pele e a outros dançares. são ritmos e tons que, sonoros, táteis, visíveis, me fazem sentir cheia de vida. de memória, de história, de porvires. reconheço as dores e o alívio que elas me deram a um dos meus medos maiores: esquecer. hoje, sei que nem tempo nem amor nem dor nem saudade nem falta nem além faz(-me) esquecer. as reminiscências floreiam todo o tempo, e o encanto não é menor. assusta menos, saber que existe tanto encrustrado n'alma e no coração e que isso não conforma nem molda: compõe da maneira mais original e bonita. entalha. paciência de ourives, afinco de agricultor e certeza de mãe-de-santo. por aí.

1 comment:

cora said...

:)