Sunday, November 28, 2010

memórias, as futuras XXVII

a cidade do meu coração tem rios que chegam caudalosos e, lamacentos que se tornam, perdem o movimento. O empantanamento não sei dizer por donde ocorre; talvez por adensamentos acompanhados (é a tendência) de inação. inação quer pelo encanto, quer pelo sufocamento. mas arrisco dizer: tal empantanamento não é mais que circunstancial. acontece conforme as acontecenças - habitantes do meu coração - são nomeados. sim, nesse vai-e-vem:
1- quando os acontecimentos (as acontecenças, prefiro) sabem-se povo da cidade do meu coração e
2- quando a eles dá-se nomes não-inventados, em tentativa (e sob argumento) de comunicação. (porque os adensamentos são agora feitos de gesso)

mas felizmente tem-se que: o membro engessado coça, exige atenção. o percurso pode ser árduo para recuperação do vigor, do viço, da forma. exaurido em disciplina, o coração se orgulha quando de novo se movimenta!

- [isso deve ter efeito de travessão, entre linhas]

mas logo e de novo vêm os nomes e lá vamos tornar pântano novamente o membro-rio então agitado. como romper com esse ciclo vicioso? abster-se de nomear não adianta (há de se prezar pela comunicação). tampouco mudar os nomes (é trocar seis por meia-dúzia). não há como quebrar o ciclo?

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