existem dois tipos de saudade, e ambos enchem os olhos de lágrimas. o primeiro é o que enche os olhos de lágrimas por dentro, com a alegria da memória e do reencontro breve, possível, certeiro. o segundo inunda a alma e transborda pelos olhos, por fora, escorre no rosto com a memória do convívio ou de qualquer lembrança ocasional, e com a certeza do nunca mais.
[de quebra, e porque o título desse post quase foi 'das saudades que deixo estar embora', vou colocar uma poesia minha aqui:]
Dissimulada
Stella Paterniani
Se perguntarem
- e perguntam -
das saudades que deixo estar
embora
descortinado olhar rechovendo,
diz do sol, das gentes, das ruas
- como te digo eu -
e diz que de mim resta
a vida con-
tudo
afora
caminhos de tenra solidão.
É que não deixo,
não sinto
(sinto)
toque de outra mão.
Diz do teu botão de rosa,
das ruínas que deixei.
Diz amor, cantar, pomar,
imensidão.
Diz do mar e da cidade,
(como arde!)
de metas nossas, desejos, de ti.
Detém-te
(e falo sério)
a dizer do tempo
dos tempos,
dos tempos.
Lavo minhas mãos.
Diz da estrada.
Lama e sonhos.
[de quebra, e porque o título desse post quase foi 'das saudades que deixo estar embora', vou colocar uma poesia minha aqui:]
Dissimulada
Stella Paterniani
Se perguntarem
- e perguntam -
das saudades que deixo estar
embora
descortinado olhar rechovendo,
diz do sol, das gentes, das ruas
- como te digo eu -
e diz que de mim resta
a vida con-
tudo
afora
caminhos de tenra solidão.
É que não deixo,
não sinto
(sinto)
toque de outra mão.
Diz do teu botão de rosa,
das ruínas que deixei.
Diz amor, cantar, pomar,
imensidão.
Diz do mar e da cidade,
(como arde!)
de metas nossas, desejos, de ti.
Detém-te
(e falo sério)
a dizer do tempo
dos tempos,
dos tempos.
Lavo minhas mãos.
Diz da estrada.
Lama e sonhos.
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