Thursday, March 12, 2009

girassol confesso

e quando o crepúsculo dói nos ossos, a boca seca, o ar vermelho, meu coração ramifica - e quando isso? e quando a vontade retumba o passado, abafa as razões longínquas, e permite o devaneio? e quando o devaneio sincereia? meu corpo é molhado, a visão é turva, nada desanuvia, e quando a morada é ausente, e quando os passos são de vai-e-vem, mas nunca de ida nem volta? e quando o motor é falho, a engrenagem é gasta e os óculos, fora de moda? e quando é embalagem pra presente e olhar de rabo de olho no meio-fio, a lua alta, algumas cervejas ou um conhaque, uma ou outra proposta, a porta do motel? e quando a lua é vazia, meus cabelos não repousam, meu toque arranha? e o intervalo desarmônico. roupas no varal, e quando é sol sem tréguas, garrafa tombada, e quando a música desacompanha o movimento, e quando o ridículo é despercebido e minhas mãos batucam o vácuo?

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