há manchas no meu corpo que seriam julgadas
tamanha a lascívia, tamanho o ocaso,
tamanha a luxúria que evocam e contêm
com isso que chamam pó compacto
então as cubro
com lenço e camisa e casaco e calça e renda
e pó
que em nada compactua com meus desejos de mulher.
nessa multidão que nada me oferece além de roçares
escondo e camuflo e me enquadro mas, ah!,
há sempre o indisfarçável e eu rio
rio fluido sob o sol que desembaraça tantos encontros-presentes.
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3 comments:
puxa, adorei!
sempre termino seus textos com um sorriso enorme na cara.
bela luxúria.
'eles não sabem, não entendem', mas o que é que há - dos prazeres fortes a gente precisa esconder, segredar - e o consumismo fugaz é motivo de orgulho.
Dos prazeres, eu prefiro os reais. É isso.
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