Sinto o véu caindo.
Tenho dúvidas se cai pela física,
metafísica
ou patafísica.
Se alguém o puxa,
se eu me desvencilho,
se vários o puxam,
se é o vento que venta que o faz deslizar.
Se eu me seguro,
seguro
ou se pulo.
No quase -
No escuro.
Wednesday, October 04, 2006
Monday, September 25, 2006
O mar e o sertão. Ou amar Lisbela.
Dizer que é amor às vezes é significante.
Às vezes, não.
Pode corresponder a dizer 'bom dia', e isso não precisa ser, necessariamente, coisa de tia. Ou coisa de quem mente. Ou exagera o sentimento, ou o que tem em mente.
Pode sentir que ama e não dizer, pode amar o sentir e não dizer! Porque a partir do momento em que diz e personifica, puf! a palavra vira pessoa e Pessoa que é amor é rara de encontrar. Pode atá existir várias Pessoas, mas algumas nem amam. Outras se amam. Outras ignoram.
Enfim, o dizer é por vezes desnecessário.
Parodiando o príncipe (muito estudado por mim nesse semestre!), o essencial é inexistente nas palavras.
Às vezes, não.
Pode corresponder a dizer 'bom dia', e isso não precisa ser, necessariamente, coisa de tia. Ou coisa de quem mente. Ou exagera o sentimento, ou o que tem em mente.
Pode sentir que ama e não dizer, pode amar o sentir e não dizer! Porque a partir do momento em que diz e personifica, puf! a palavra vira pessoa e Pessoa que é amor é rara de encontrar. Pode atá existir várias Pessoas, mas algumas nem amam. Outras se amam. Outras ignoram.
Enfim, o dizer é por vezes desnecessário.
Parodiando o príncipe (muito estudado por mim nesse semestre!), o essencial é inexistente nas palavras.
Saturday, September 09, 2006
Roda viva
Tem dias em que tudo faz sentido e a gente, felizmente, se sente contente. Como se a nuvem negra nos deixasse, ou até nos acalmasse, quiçá fizesse parte da parte que agora existe.
Nesses dias, tudo basta. Tudo completa, ou se completa.
Eucompletovocê.
Nesses dias, tudo basta. Tudo completa, ou se completa.
Eucompletovocê.
Friday, August 25, 2006
A borboleta voou (como na cena do Patch Adams)
Shakespeare disse, já, que somos feitas das mesmas matérias de nossos sonhos.
Será que se a gente tiver um sonho bem denso e passível de realidade, a efemeridade da nossa vida diminui?
Efêmera assim, a vida.
Praticamente se desmancha no ar.
E quando você percebe que não vai mais poder conversar futilidades e amenidades com alguém, já é tarde demais pra ter vontade de fazer com que a pessoa sinta-se bem e saiba o carinho que vc tem por ela. Será?
Ainda assim, eu não compreendo. E ainda acho que é uma pena, e é triste.
Só espero que ela pense o contrário e esteja melhor agora.
Será que se a gente tiver um sonho bem denso e passível de realidade, a efemeridade da nossa vida diminui?
Efêmera assim, a vida.
Praticamente se desmancha no ar.
E quando você percebe que não vai mais poder conversar futilidades e amenidades com alguém, já é tarde demais pra ter vontade de fazer com que a pessoa sinta-se bem e saiba o carinho que vc tem por ela. Será?
Ainda assim, eu não compreendo. E ainda acho que é uma pena, e é triste.
Só espero que ela pense o contrário e esteja melhor agora.
Wednesday, August 23, 2006
As estrelas observavam a menina, estarrecidas. Jamais outro ser tão etéreo as tinha chamado tanto a atenção. A menina Luzia, encantada com sua sombra provocada pelo luar, sorria embevecida em seu mundo recém-descoberto. Sua sombra sempre parecera atônita e alheia a tudo, o que por vezes chateara a menina. Mas agora descobrira o motivo disso tudo: ninguém nunca tinha ensinado a ela, pobre criatura das trevas, as expressões. Não sabia o que fazer para expressar felicidade ou tristeza. Luzia compreendera, e agora pensava uma técnica para ensinar sua sombra a se expressar.
[Ela está pensando.]
[Ela está pensando.]
Saturday, June 24, 2006
A vida inteira que podia ter sido e que não foi
E depois de tanto sofrer, quem adivinhar ganha um doce.
É, perdi.
(batata)
Logo ele.
Logo eu.
Pra nunca mais.
E saudade entra e faz morada no meu peito.
Saudade do que podia ter sido e que não foi.
É, perdi.
(batata)
Logo ele.
Logo eu.
Pra nunca mais.
E saudade entra e faz morada no meu peito.
Saudade do que podia ter sido e que não foi.
Sunday, May 28, 2006
A chuva que (não) limpa
Deixa eu brincar de inventar, eu não consigo mais olhar pras gotas na janela a escorrer.
E nem adianta a brincadeira, eu sei que a tarde inteira eu vou pensar em você.
De repente na janela, as gotas verde-e-amarelas se fundem e me confundem, e delas eu vejo uma flor.
E vejo que foram meus olhos criadores da confusão:
As lágrimas me deixaram, do verde-amerelo a desbotar, criar a flor - da ilusão.
E nem adianta a brincadeira, eu sei que a tarde inteira eu vou pensar em você.
De repente na janela, as gotas verde-e-amarelas se fundem e me confundem, e delas eu vejo uma flor.
E vejo que foram meus olhos criadores da confusão:
As lágrimas me deixaram, do verde-amerelo a desbotar, criar a flor - da ilusão.
Monday, April 17, 2006
Dá licença, seu moço, que a poesia vai passar.
Minha tia uma vez me disse que não lia mais jornal, porque quando o fazia, sentia que morria um pouquinho dela a cada dia.
Já me senti assim também, no vai-e-vem das marmeladas políticas e das fotos peladas das crianças raquíticas morrendo de fome enquanto dizem 'amém'.
Amém pra uma promessa qualquer, porque quando não se tem esperança o jeito é entrar na dança e tentar pôr na balança o sonho, o olhar e a comida pra matar (todos os tipos de) fome de criança.
Chega uma hora, enfim, que essa esperança equilibrista quase cai, e a gente sente que o 'sim' é que não vamos ouvir mais...
...mas é porque nós é que não somos mais crianças, a ponto de não mais sentir a dança que não é a da solidão, mas a que diz que basta usar o coração pra se entender que viver é sentimento, e não é pra ser descontentamento.
"De graça, o povo não quer mais injeção na testa. Cansou de ser testado, pisoteado e humilhado. Sabe que não é a cabeça de um que comanda a vingança contra muitos."
E aí eu acordei.
Já me senti assim também, no vai-e-vem das marmeladas políticas e das fotos peladas das crianças raquíticas morrendo de fome enquanto dizem 'amém'.
Amém pra uma promessa qualquer, porque quando não se tem esperança o jeito é entrar na dança e tentar pôr na balança o sonho, o olhar e a comida pra matar (todos os tipos de) fome de criança.
Chega uma hora, enfim, que essa esperança equilibrista quase cai, e a gente sente que o 'sim' é que não vamos ouvir mais...
...mas é porque nós é que não somos mais crianças, a ponto de não mais sentir a dança que não é a da solidão, mas a que diz que basta usar o coração pra se entender que viver é sentimento, e não é pra ser descontentamento.
"De graça, o povo não quer mais injeção na testa. Cansou de ser testado, pisoteado e humilhado. Sabe que não é a cabeça de um que comanda a vingança contra muitos."
E aí eu acordei.
Tuesday, February 21, 2006
Um a menos
Acho que foi em algum filme. Ou livro. Sempre que o pai terminava de fazer a barba, ele dizia 'uma a menos'.
Imagina só. A filosofia.
Sempre que acordar, um a menos.
Sempre que for dormir, um a menos.
Sempre que beijar, um a menos.
Sempre que se decepcionar, uma a menos.
Sempre que...
Imagina só.
Nem um fio de cabelo. A mais. Ou a menos.
Nem um choro na madrugada.
Nem uma confusão entre as vidraças do carro em dia de chuva e seus olhos
(é o vidro embaçado!)
Nem uma mão sobre o seu ombro com a força certa pra te manter perto do chão
(eu disse perto. Porque se voa, ah, como se voa ao som dos não-metais)
Nem um 'olá' a mais.
Ou a menos.
(eu, hein!)
Imagina só. A filosofia.
Sempre que acordar, um a menos.
Sempre que for dormir, um a menos.
Sempre que beijar, um a menos.
Sempre que se decepcionar, uma a menos.
Sempre que...
Imagina só.
Nem um fio de cabelo. A mais. Ou a menos.
Nem um choro na madrugada.
Nem uma confusão entre as vidraças do carro em dia de chuva e seus olhos
(é o vidro embaçado!)
Nem uma mão sobre o seu ombro com a força certa pra te manter perto do chão
(eu disse perto. Porque se voa, ah, como se voa ao som dos não-metais)
Nem um 'olá' a mais.
Ou a menos.
(eu, hein!)
Tuesday, January 31, 2006
Repeteco
Sentir o contato com o nada, ou com o tudo; sentir uma onda quente vindo de dento de mim pra mim mesma. Não nadar contra a corrente só pra provar pra todo mundo que eu não preciso provar nada pra ninguém.
De repente estar num barco tornou-se tão mais agradável... E ir onde o vento me levar não é mais indício de desespero. Apesar que desespero nunca foi; nunca nem te disse que fora de olhos tão abertos. Sei que assim falando pensam que essa confusão é moda em 2006, mas eu quero mesmo é correr e abraçar e beijar todos vocês.
"Quando vejo o mar
existe algo que diz
que a vida continua
e se entregar é uma bobagem"
Legião Urbana
De repente estar num barco tornou-se tão mais agradável... E ir onde o vento me levar não é mais indício de desespero. Apesar que desespero nunca foi; nunca nem te disse que fora de olhos tão abertos. Sei que assim falando pensam que essa confusão é moda em 2006, mas eu quero mesmo é correr e abraçar e beijar todos vocês.
"Quando vejo o mar
existe algo que diz
que a vida continua
e se entregar é uma bobagem"
Legião Urbana
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